Abstenção em eleições suplementares revelam um Brasil desacreditado com a política


No Tocantins, 52% do eleitorado decidiu não votar em ninguém. Índice preocupa e representa uma prévia do que está por vir em outubro


Foto: Mauro Carlesse

Que o povo brasileiro está desacredito da política não é nenhuma novidade. Desde 2015, a imprensa noticia casos e mais casos de corrupção nos poderes executivo e legislativo. Do impeachment de Dilma Rousseff, passando pela prisão de Eduardo Cunha, ao encarceramento de Lula, o país se dividiu e o descrédito com a política, e principalmente com os políticos, aumentou de maneira exponencial.

Tanto descrédito ficou evidente neste domingo (24) na maioria das eleições suplementares realizadas no Brasil. As eleições, chamadas de “tampão” por muitos, acontecem para que haja o preenchimento dos cargos ao executivo até o mês de dezembro, já que os eleitos para os cargos nas cidades, e estado (no caso do Tocantins), em questão foram cassados pela Justiça Eleitoral. Nas votações, venceram, por óbvias razões, os candidatos “menos piores.”

No Tocantins, Mauro Carlesse foi eleito com 75% dos votos válidos. No entanto, o que assustou, de fato, foram os números de rejeição às urnas. No total, 34,86% do eleitorado do Tocantins não saiu de casa para votar; outros 23,46% votaram nulo e mais 2,59% em branco. Em valores, votos brancos, nulos e a abstenção representaram mais de 500 mil votos e superaram a votação efetiva dos candidatos, que representa cerca de 464 mil votos.

No Pará, a cidade de Moju escolheu Nilma Lima, do MDB, para o cargo de gestora do município. A candidata teve mais de 19 mil votos. O segundo colocado, apenas 1.138. No entanto, somada a abstenção de 11 mil eleitores e votos brancos e nulos, cerca de 18 mil, quase 30 mil eleitores não escolheram ninguém na votação.

Foto: Nilma Lima


Outras seis cidades foram às urnas no domingo e os índices de abstenção continuaram a assustar. Tanto desinteresse por parte do eleitorado já dão a tônica das eleições no mês de outubro: o baixo interesse da população deve levar menos gente às urnas. Com a abstenção superando, em alguns casos, os votos recebidos pelos candidatos, a pergunta que fica é a seguinte: quem esses gestores eleitos vão governar?



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