Coluna de Rogério Aires: Desenvolve Canaã! Como?
O primeiro ponto a se verificar é se existe uma organização econômica dentro do nosso município. Será que temos um
plano de ação
entre os diversos setores produtivos, tanto
o público quanto
o privado? Qual
é o tronco e quais
são as ramificações da nossa cadeia
geradora de riquezas?
O objetivo
central desta coluna
é tentar contribuir para nosso, hoje
travado, desenvolvimento local.
Então de que forma começar a dar o meu ponto de vista sobre um tema que parece tirar o sono de imensa maioria
da população canaense? Com certeza
farei isso gradativamente para não sobrecarregar a você leitor com excesso de dados. Esse assunto é longo e polêmico, espero
despertar opiniões que venham a somar com tudo que pretendo discorrer aqui. Hoje vou opinar
sobre dois pontos
de suma importância, geração e distribuição de riqueza ou renda, portanto comecemos sem arrodeio.
Antes de sugerir
propostas de negócios
ou empreendimentos que poderiam ser feitos na nossa cidade,
até mesmo incentivos fiscais
para o empresariado local, é de fundamental importância que saibamos nos posicionar como município visando
ser um verdadeiro centro de desenvolvimento. É lógico e necessário que todos nós enxerguemos
nossa atual importância na conjuntura econômica regional, mas para que se tenha
uma visão clara,
onde se possa fazer um paralelo como outros municípios da região, é necessário, insisto, conhecermos a nós mesmos.
O primeiro ponto
a se verificar é se existe uma organização econômica dentro do nosso
município. Será que temos
um plano de ação entre
os diversos setores
produtivos, tanto o público quanto
o privado? Qual
é o tronco e quais
são as ramificações da nossa cadeia
geradora de riquezas?
Na realidade, hoje estamos bem longe de sermos organizados. Aqui na zona rural de Canaã,
cada um produz
o que lhe convém, não existe
um zoneamento para produção agrícola
e nem um fomento a logística para escoamento dessa produção. E quando se trata de logística, é preciso salientar que é uma parte da composição de preços que sofre a maior
variação, quanto pior
a logística, mais caro se torna o produto final.
Muitos municípios no Pará sofrem com produtos muito mais caros do que em outros
locais, principalmente devido
a uma logística de transporte totalmente pútrida. A matriz brasileira de transporte, predominantemente rodoviária, é notoriamente equivocada, pois o custo
do transporte rodoviário de produtos é três vezes
e meia mais
caro do que o transporte feito por ferrovias e seis vezes mais caro do que o transporte hidroviário, portanto, mesmo
que tivéssemos um alto padrão
em estradas rodoviárias ainda estaríamos na contramão do desenvolvimento. Agora
imaginem os municípios que se localizam a margem da rodovia transamazônica, aquela beleza
de rodovia? Neste
contexto, acredito que se asfaltarem realmente a estrada para o posto 70, já seria
uma melhora significativa para o nosso
município. Nas próximas semanas tratarei da questão
da logística de forma mais aprofundada dentro
dos limites municipais.
Voltando a questão
de que precisamos nos situar
no cenário regional, já existe um estudo feito
em 2015 e lançado em 2016
chamado “Diagnóstico Socioeconômico do Município de Canaã dos Carajás”. Foi um documento
muito bem elaborado com muitos
dados a respeito não só de Canaã, mas
da região como
um todo, porém
esse tipo de iniciativa
se torna algo meramente passivo,
pois se dele não resultar,
em um curto prazo ou até mesmo simultaneamente, um programa detalhado de desenvolvimento. É preciso lembrar que Canaã dos
Carajás não sobrevive apenas com o FPM
(Fundo de Participação dos Municípios) como a maioria
esmagadora das cidades brasileiras, temos uma grande receita através da exploração de minérios em nosso solo.
Nosso PIB é de causar
inveja em muitos
municípios do país.
O PIB, Produto Interno
Bruto, é subdividido em quatro setores
produtivos: Serviços, Indústria, Agropecuária e
Administração Pública. Segundo
o IBGE, o setor de serviços é responsável atualmente por cerca de 60% do pib
nacional. Então, percebemos com isso que o carro chefe da distribuição de riqueza no Brasil são os dono de
restaurante, salões de beleza, oficinas
mecânicas, prestadores de serviços autônomos como refrigeração, advogados, contadores, engenheiros, consultores comerciais e por aí vai. São esses
os profissionais e empresas, que estão na chamada capilaridade da distribuição de renda, que
a riqueza produzida deve alcançar.
O que está
acontecendo em Canaã
dos Carajás é que o setor de serviços de um modo
geral está agonizando. No meu ponto de vista, o motivo principal é que o nosso setor
gerador de riqueza
não está transferindo essa geração para
ser distribuída para o setor de serviços local.
A conta não fecha, grande
arrecadação e setor
de serviços vivendo
de esmolas, é um diagnóstico muito
claro de que,
quem quer que seja, que esteja produzindo aqui, com certeza
está investindo em outro município. Todos sabemos que quem gera riqueza para
o município são os setores
de mineração com os repasses do CFEM e o agronegócio. Nosso setor de serviços não é capaz
de gerar riqueza
por conta própria, isto só acontece em cidades turísticas de grande movimento, pois a população circulante de turistas
abastece intermitentemente o comércio local
dessas cidades e geram uma cadeia permanente de empregos para
benefício das suas populações. Cidades como a nossa Canaã,
se quiser atrair
empresas, tem que melhorar a estética e a qualidade
de vida dentro
da sede do município, é preciso que as empresas do setor de serviços possam
ter incentivos para
aqui se instalarem, não há outro
caminho, mas essa questão de incentivos fiscais
e tributários também tratarei nas próximas semanas.
O Primeiro passo
para se melhorar a renda da população é criar mecanismos para que a riqueza produzida aqui, seja aqui
também distribuída.
Há muitos pontos
a serem tratados
por mim aqui no que tange ao desenvolvimento de Canaã e serão expostas
toda as quartas-feiras aqui
nesta nova coluna
do Blog Fala Sério, espero
que tenham gostado
dessa primeira postagem.
x x x x
Toda semana farei uma
sugestão para leitura,
e o primeiro livro que
gostaria de sugerir
é do psicólogo Daniel Goleman e o título é “Inteligência Emocional”.
Considerado o “pai da Inteligência Emocional”, Daniel Goleman
é um psicólogo, escritor e PhD da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
O especialista foi o responsável por popularizar o conceito da Inteligência Emocional em todo o mundo
por meio do livro Inteligência Emocional, que já vendeu
mais de 5 milhões de cópias.
Publicado pela primeira
vez em 1995,
nos Estados Unidos,
este livro transformou a maneira de pensar a inteligência.
Alterou práticas de educação e mudou o mundo dos negócios. Das
fronteiras da psicologia e da neurociência, Daniel Goleman trouxe o conceito de 'duas mentes'
- a racional e a emocional - e explicou
como, juntas, elas
moldam nosso destino. Segundo
Goleman, a consciência das emoções é fator essencial para o desenvolvimento da inteligência do indivíduo. Partindo de casos
cotidianos, o autor
mostra como a incapacidade de lidar com as próprias emoções pode minar a experiência escolar,
acabar com carreiras
promissoras e destruir
vidas. O fracasso
e a vitória não são determinados por algum tipo de loteria
genética: muitos dos circuitos cerebrais
da mente humana
são maleáveis e podem ser trabalhados. Utilizando exemplos marcantes, Goleman descreve as
cinco habilidades-chave da inteligência emocional e mostra
como elas determinam nosso êxito nos relacionamentos e no trabalho, e até nosso bem-estar
físico. Pais, professores e líderes do mundo dos negócios sentirão
o valor desta
visão arrebatadora do potencial
humano.
Fontes utilizadas:
PIB-dos-munic%C3%ADpios-brasileiros
http://www.sbie.com.br/blog/daniel-goleman-e-a-inteligencia-emocional/
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