Ibama apreende madeira ilegal em posse da Vale
Vale é multada
Uma investigação do Ibama descobriu e apreendeu madeiras nativas
da Amazônia que seriam utilizadas de forma ilegal na
construção de trilhos para ferrovia da empresa Vale. Um total de
14.233 dormentes de madeira estavam descritos em notas fiscais como sendo peças
de eucalipto, quando na verdade eram madeiras nativas da floresta.
Os dormentes são peças colocadas transversalmente à via férrea e sobre
os quais passam os carris ou trilhos. Todo o material foi apreendido durante
uma inspeção do órgão em um pátio da Estrada de Ferro Carajás, em Açailândia,
no Maranhão.
Segundo o Ibama, a empresa foi multada no valor de R$ 4,3 milhões por manter
em depósito a madeira nativa sem licença válida. A Vale, porém, nega que isso
tenha acontecido. “A Vale informa que não foi multada pelo Ibama, e que somente
adquire produto florestal processado. A empresa já acionou a fornecedora dos
dormentes, para que preste os esclarecimentos e apresente toda documentação
necessária para atendimento a notificação do órgão ambiental”.
O Globo teve acesso às informações da vistoria realizada no
pátio da empresa, no dia 20 de abril, que resultou na apreensão. Os agentes
imediatamente, após adentrarem o pátio da empresa, suspeitaram que as travessas
de madeira estocadas no local não estivessem em conformidade com as informações
das notas fiscais.
Trinta
e oito amostras identificadas e lacradas na presença de representantes do
estabelecimento foram encaminhadas para identificação anatômica pelo
Laboratório de Produtos Florestais (LPF) do Serviço Florestal Brasileiro (SFB).
O
lote de madeira, negociado como eucalipto, continha espécies nativas da
Amazônia como “Roxinho” (Peltogynes sp), “Jatobá” (Hymenaea sp) e “Cedrinho”
(Erisma sp).
“Essa
investigação expôs mais um método de esquentamento de madeira nativa com notas
fiscais fraudulentas. Os produtos adquiridos são identificados como espécie
exótica (eucalipto) e assim ficam dispensados de usar o sistema DOF (programa
do Ibama que controla a origem e autoriza o transporte da madeira).
Empreendimentos semelhantes em outros estados serão inspecionados”, disse, por
meio de nota, o coordenador-geral de Fiscalização do Ibama, Renê Oliveira.
O
Ibama investiga os fornecedores e o local de extração da madeira nativa
identificada durante as ações de fiscalização. Os resultados serão encaminhados
ao Ministério Público do Estado para a apuração de responsabilidade na área
criminal.
Fonte:
O Globo.
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